A confusão faz sentido nestes tempos modernos: até que ponto o rock pesado instrumental pode sr considerado uma variante do jazz? Os mais recentes álbuns de gente como John Petruci (Dream Theater), Kio Loureiro (ex-angra e Megadeth) e Felipe Andreolçi (Angra) apontam para uma sinalização bastante positiva: é jazz, e dos bons.
É um alento para quem aprecia o trabalho de guitarristas como Joe Satriani, Steve vai, Eric Johnson, AlDiMeoa, John Mclaughlin, Jeff Beck e muitos outros. Por isso é imperativo prestar a atenção nos novos trabalhos de Alex Skolnick e Steve Morse.
Skolnick é guitarrista histórico da banda de thrash metal americana Testament é um dos estilistas do subgênero do metal. Paralelamente, reativou o Alex Skolnick Trio, onde se dedica ao jazz mais tradicional.
No início curtia apenas transpor para a linguagem jazz clássicos do rock e do metal, em que sua guitarra elegante e limpa reinventava as músicas de forma inacreditável. O sucesso foi tanto que ele passou a um trabalho autoral e se tornou um instrumentista de jazz bastante elogiado.
Epois de muito tempo, está de volta com seu trio de jaz no álbum autoral . “Prove You’re Not A Robot”, pela Flatiron Recordings.
Alex Skolnick é um instrumentista raro, nãó pela elegância, mas prelo timbre limpo e a pegada precisa ao executar solos e riffs de jazz. Tem o mesmo estilo no heavy metal, mas no jazz essas características ficam mais evidentes. Transita com muita propriedade no caminho onde reinam mestres como Joe Pass e John Scofield.
Misturando improvisação com arranjos grandiosos e virtuosismo, “Prove You’re Not A Robot” captura o trio em um momento excepcional, explorando múltiplas possibilidades e esbarrando em um experimentalismo longe de ser impenetrável.
Gravado com uma variedade de instrumentos vintage e customizados — de um Roger Sadowsky archtop a um Gibson L-00 acústico de 1935 — o álbum abrange humores que vão da edificante “Guiding Ethos” ao alucinante mashup de Chick Corea/Steve Howe “Armando’s Mood”.

Acompanham Skolnick Nathan Peck e o baterista Matt Zebroski, músicos muito acima da média e que imprimem uma dinâmica muito diferente ao universo tradicional do guitarrista.
O também americano Steve Morse se reinventu depois de tocar por 28 anos no Deep Purple com a árdua tarefa de substituir o mago Ritchie Blackmore. Acabou demitido porque teve de se ausentar para cuidar da esposa com câncer – Jill morreu em 2022.
Fa,oso nos anos 70 por lidera a banda de jazz rock Dixie Dregs, criou duas décadas depois a Seteve Morse Band com o baixista David la Rue e o baterista Van Romain, que potencializaram o estilo intenso e veloz de Morse, muito hábil em aliar som pesado e improvisação.
Fora do Deep Purple, resgatou o trio e o colocou em atividade frenética e lançou em novembro o ótimo álbum “Triangulation”, que acrescenta muito de rock progressivo ao jazz rock que sempre caracterizou a banda.
A aproximação com o mundo prog aparece na presença de dois convidado especiais – o guitarrista John Petrucci, do Dream Theater, e o tecladista Kevin Moore, que integrou o mesmo Dream Tjeater entre 1989 e 1994.
Versátil e virtuoso, Morse esbanja categoria em temas que variam entre o rock rápido que fazia nos amos 90 o progressivo intrincado e elaborado que tateou quando integrou o proketo Flying Colours, do baterista Mike Portnoy (Dream Theater)m entre 2015 e 2022.
“Triangulation” é o resgate de uma vertentejazz rock que parecia esquecida e relegada a nichos específicos de “arqueólogos pop”. Steve Morse recupera o prazer de improvisar e de experimentar outros territórios, brindando roqueiros e amantes do jazz com um trabalho empolgante.