O que pode fazer da vida um garoo pobre e sem perspectivas em uma cidade industrial assolada pelo desemprego a não ser cantar em uma banda de rock and roll?
Jphn Michael Osbourne era fanático pelos Beatles, mas se inspirou nesta frase (adaptada) de “Street Fighting Man”, dos Rolling Stones, para seguir em frente e se tornar uma das lendas da música popular de todos os tempos.
John irou Ozzy logo cedo, na infância pobre em Birmingham, a segunda maior do Reino Unido. A família grande sempre passou por apertos financeiros e obrigou o moleque a se virar desde cedo, principalmente como guardador de carros no Villa Park, o estádio do Aston Villa, o time d futebol do coração.
Odiava a escola e a conturbada relação com o pai agravou a situação. Sem estímulo para nada, o rebelde Ozzy desde cedo preambulou por subempregos para ter o mínimo, entre eles o de funcionário de um matadouro.
Quase a única opção
A música e o rock eram uma fuga e foi quase sem querer que acabou se tornando um requisitado cantor na juventude mesmo sem ter muito talento. Sem muita esperança, colocou o nome nos classificados de um jornal local oferecendo seus vocais para bandas de rock e de blues. Foi o suficiente para atrair a atenção de um guitarrista talentoso e deum baterista estudioso sedentos para acabar com a sua banda e criar outra.
Ao bater na porta de Ozzy, Tony Iommi, o guitarrista, se decepcionou. Lembrou-se que aquele Ozzy era o mesmo de sua infância em um colégio da região, um cara desengonçado e que vivia apanhando dele nos recreios. O baterista, Bill Ward, convenceu-o a dar uma chance para um teste.
Estava formado o Earthe Ozzy foi ficando por falta de opções. Com a chegada d baixista Terence “Geezer” Butler”, a banda de blues pesado ganhou corpo e ficou conhecida em Birmimgham em 1968.
No final daquele ano, a banda acabou porque Iommi concorreu e ganhou a vaga de guitarrista do Jethro Tull. Substituiu Mick Abrahams e participou do abortado especial de TV dos Rolling Stones “Rock na Roll Circus”. A aventura só durou duas semanas – o guitarrista abandonou tudo para voltar a Birmighamn.
Retomandoo as atividades, o Earth se torna Black Sabbath, nome tirasdo de um filme de terror, e decide tocar cada vez mais alto para garantir que o público prestasse a atenção no que tocavam. Deu certo e passaram a ser atração concorrida no norte da Inglaterra.
O primeiro álbum, autointitulado, saiu em fevereiro de 1970 e a aura de ocultismo e coisas sombrias, cortesia adas letras de Butler, atraiu um público fiel e chamou a atenção da imprensa.
O Black Sabbath passou a ser ridicularizado e as críticas eram devastadoras, mas ainda seguiu em frente lotando casas de shows e aprimorando o repertório.
![Ozzy Osbourne (FOTO: DIVULGAÇ]AO)](https://combaterock.com.br/wp-content/uploads/2025/07/ozzy.jpg)
“Paranoid” chegou non final de 1970 e consolidou a fama de banda de rock pesado”, o que os colocou como “criadores do heavy metal.”. Em 1971 já eram uma das principais bandas do Reino Unido e rival estética de Deep Purple e Led Zeppelin.
Até 1974 lançariam “Master of Reality”, “Volume 4” e Sabbath Bloody Sabbath”, que provocaram a fama mundial e o estouro em todas as paradas. Com a fama vieram os problemas com drogas, álcool divergências com empresários, o que quase dissolveu o grupo.
O grupo era uma potência e tinha prestígio imenso, mas estava permanentemente sem grana. As tensões internas por conta disso explodiram e Ozzy saiu do Black Sabbath em 1978.
Dave Walker, o substituo, não deu certo e o antigo vocalista voltou meses depois para gravar “Never say Die” e ser demitido por mau comportamento e bebedeira em meados de 1979.
Afundado nas drogas e no álcool, divorciado, desempregado e em depressão por conta da morte do pai, foi salvo por Sharon Arden, filha do empresário Don Arden, um magnata do show business inglês. Foi ela que reergueu Ozzy e lhe deu uma carreira solo em 1980. Só mais tarde viria a se casar com ele.
Como artista solo, se tornou uma potência logo no primeiro álbum, “Blizzard of Ozz”, e se tornou um símbolo do heavy metal na década de 1980, ao lado de Iron Maiden e Metallica. Já o Balck Sabbath viveu bons momentos como vocalista Ronnie James Dio, mas depois mergulhou na irrelevância da qual só sairia em 1997, quando a formação original se reuniu depois de 18 anos de separação.
Mesmo com oscilações e fatos pouco abonadores, a carreira solo sempre foi um sucesso, embora o último grande álbm, em termos de qualidade e de vendas, tenha sido “Ozzmosis”, de 1992”. Foram muitas recaídas nas drogas e várias “despedidas” dos palcos, sendo a mais famosa a de 1992, que durou menos de dois anos.
Biógrafos do cantor consideram a sua participação no Rock in Rio I como um dos pontos altos de sua trajetória. Atraiu centena de milhares de fãs e, por ser o primeiro astro internacional a assinar contrato com o festival, emprestou credibilidade ao evento para convencer outros a virem aos trópicos.
Foi dele e de Sharon a iniciativa de se reaproximar de Tony Iommi e Geezer Butler, em 1995, para articular a reunião da banda original, coisa só ocorreria dois anos depois. Foi a ressurreição do Black Sabbath, que parecia cabado depois do álbum fraco “Fornidden”.
Carreira superlativa
Falar dos feitos de Ozzy Osbourne é falar da história de um dos maiores símbolos do heavy metal. Inicialmente com o Black Sabbath e na sequência em carreira solo, ele marcou seu nome no estilo, conquistou fãs em todo o planeta e seguiu com shows ao vivo até onde conseguiu.
Com mais de 100 milhões de discos vendidos em sua carreira solo e com o Black Sabbath, Osbourne foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame como membro do Black Sabbath (2006) e como artista solo (2024).
Passou também a fazer parte do UK Music Hall of Fame e foi homenageado com estrelas na Calçada da Fama de Hollywood e na Calçada das Estrelas de Birmingham.
Em 2024, recebeu o prêmio de Ícone Global no MTV Europe Music Awards, e em 2015, o prêmio Ivor Novello por Conjunto da Obra, da Academia Britânica de Compositores, Escritores e Autores.
Além dos feitos na música, Ozzy marcou seu nome na TV no início dos anos 2000, quando estrelou o reality show “The Osbournes”, da MTV, ao lado de sua esposa e empresária Sharon, e de dois de seus filhos, Kelly e Jack.
Posteriormente, coestrelou com Jack e Kelly a série “Ozzy & Jack’s World Detour”. No Brasil, Ozzy esteve oito vezes, seis como artista solo.
