Rock ignora e é ignorado no principal evento ambiental do mundo

Às vésperas da realização da COP30, a conferência mundial do clima, e no mês do décimo aniversário da tragédia ambiental de Marian, em Minas Gerais, o rock permanece em silêncio. Todo o meio cultural do país está mobilizado em mostrar seus trabalhos e associá-lo à causa ambiental, menos os roqueiros outrora antenados com as causas mundiais.

Cantoras e bandas de outros gêneros musicais têm participado de eventos culturais desde o mês passado em várias cidades brasileiras como preparação para a COP30, mas ninguém do rock participou.

Chris Martins, vocalista do Coldplay, em seu momento de Bono Vox (U2), ou seja, arroz de festa, tocou violão e fez micagens em um evento em Belém do Pará, e mais nada. Cadê a diversidade cultural brasileira a ser representada em um compromisso de âmbito mundial?

Nem mesmo artistas locais, como Sammliz, ex-vocalista da banda de rock Madame Saatan, ou a banda de metal progressivo Pentral, foram sequer cogitadas.

Há também as bandas que têm a temática indígena e ambiental de outros estados, mas que foram solenemente ignoradas, como Arandu Arakuã, Miasthenia e Voodopriest.

Por outro lado, ´o rock que também ignora a COp30, pois nenhum nome de primeira grandeza do gênero entre os brasileiros se manifestou ou, ao menos, reclamou por não participar de nada ligado ao evento. Indiferença, desinformação ou mera oposição?

Raramente a questão ambiental ganhou destaque entre os músicos de rock no Brasil, mas no passado havia uma participação mais efetiva e uma preocupação maior com o tema.

O desaparecimento do gênero entre as preferências do brasileiro parece ter levado junto a vontade de participar da vida brasileira além da política partidária e da lura antifascista. Será que o rock não liga para o meio ambiente?

A tragédia de Mariana, que matou 19 pessoas e soterrou cinco bairros com rejeitos de mineração que escaparam da barragem de Fundão, tampouco mereceu qualquer olhar dos compositores brasileiros principalmente os de rock. Seria falta de inspiração?

Em um momento tão importante de humanidade e quando se realiza um evento gigante e crucial para discutir o futuro do planeta, é desagradável perceber o silêncio desastroso de uma série de artistas que já foram conhecidos por todo o tipo de engajamento.

Não há, evidentemente, obrigação para que se envolvam em questões ambientais ou qualquer tipo de engajamento, mas desagradável notar a total falta de interesse, tanto da org’anização da COp30 como dos roqueiros nacionais em participar de um evento internacional tão importante. É uma oportunidade maravilhosa para ser desperdiçada dessa maneira.

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