Steve Ray Vaughan vaiado. Parece inacreditável, mas aconteceu por conta de uma plateia purista e intolerante. Praticamente no mesmo lugar, três anos depois, saiu consagrado e ovacionado, em uma doce vingança,
O Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, oi um marco na carreira internacional do guitarrista texano. Foi lá, há 40 anos, que passou de sensação do blues a astro internacional, em um salto fulminante que catapultaria as vendas de su álbum de 1985, “Soul to Soul”;
Para celebrar Steve Ray Vaughan neste ano, chega no mercado a reedição de “Live at Montreux 1982-1985” com as duas maravilhosas apresentações do músico no festival. O álbum duplo foi remixado e remasterizado, mas não conta com material adicional – e nem precisa, diante da qualidade alta do material orignl.
Vaughan e sai Double Trouble, a banda que o acompanhava, já eram estrelas no Texas natal, mas no resto dos Estados Unidos eram apenas mais um trio de blues nos anos 80tentando captar a essência de Jimi Hendrix (1942-1970), o melhor de todos os guitarristas.
Era um craque aos 298 anos de idade, massa parecia que lhe faltava um, repertório de respeito para explodir – curiosamente, ainda não tinha lançado nenhum, álbum ou material gravado.
Era desconhecido fora dos Estados Unidos, mas inda assim recebeu o convite para o Montreux Jazz festival para tocar em uma espécie de comedoria do local. Alguém achava que, ganhando prestígio internacional, teria mais cacife para assinar um contrato de gravação ou melhorar o que já tinha. Deu certo, mas por linhas tortas.
Era praticamente o seu primeiro show na Europa em 15 de julho de 1982 quando encarou uma plateia hostil no festival suíço com muita gente bêbada e irritada – sabe-se lá o motivo. Stevie e a banda tocaram muito bem, apesar de certa cautela no começo, mas as vaias vieram.
Muita gente não gostou do blues rock visceral e meio feroz do trio texano, já que esperavam alguma atração mais “jazzy”,. Os músicos se incomodaram, mas ficaram resignados.
Quando menos esperavam, receberam a visita de um encantado David Bowie, que os vira na “comedoria”. O astro inglês estava determinado a ter o texano em seu próximo disco – chegaram a se encontrar e ensaiar em Dallas, no Texas, mas quase nada de Stevie Ray Vaughan aparece no álbum “Let’s Dance”, de 1983.
Há controvérsias sobre a influência do giro europeu no desenvolvimento da carreira, mas o fato é que pouco depois ele finalmente iniciou as gravações do primeiro álbum, “Texas Flood”, lançado em 1983.
Três anos e três álbuns depois, Stevie Ray Vaughan e Double Trouble era astros mundiais e os principais nomes do blues da época, ao lado de Robert Cray. Era, gigantes quando voltaram a Montreux em 17 de julho de 1985.
Ocupando o palco principal e um ambiente superlotado, o trio tocou com tamanha confiança que pareciam estar no auditório local de Austin, a cidade natal.
Seguros, os músicos tinham agora o reforço do tecladista experiente Reese Wynans e arrasaram com o blues rock incendiário e a maneira incomum e encantadora de Stevie tocar sua Fender Stratocaster. Saíram ainda maiores do festival e a fama internacional se multiplicou.
Ver e ouvir Stevie em Montreux é se deliciar com o blues malandro e malicioso do trio, qu era repleto de influências e maneirismos de Hendrix, Albert Kin, B.B. King, Muddy Waters, Johnny Copeland e até do conterrâneo e contemporâneo Johnny Winter – para não falar do irmão mais velho, o guitarrista Jimmie Vayghan, dos Fabulou Thunderbirds.
Há quem prefira o áudio e vídeo “Live at El Mocambo”, de 1983, gravado no boteco famoso do Canadá e uma das casas mais icônicas do blues da América do Norte.
É um clássico, mas não dá para comparar o palquinho para 200 pessoas com o formoso e amplo espaço suíço, que é feito para que astros brilhem intensamente. Parte do show teve a presença do guitarrista convidado e ídolo Johnny Copelnd e os destaques incluem “Tin Pan Alley”, “Scuttle Buttin’”, “Voodoo Child”, “Gone Home” e “Couldn’t Stand the Weather”, além do hibo “LifeWithout You”.
O guitarrista manteve-se no auge até o fim de 1986, quanso os abusos de álcool e drogas cobraram o seu preço. O tratamento de recuperação foi longo, mas reabilitação lhe devolveu carreira e experimentou novo auge em 1989, com o álbum “In Step”.
No ano seguinte finalmente gravaria e lançaria o primeiro álbu em parceria com o irmão Jimmie, The Family Style”, mas ão veria o lançamento – morreria em 27 de agosto de 1990 em um acidente de helicóptero após um festival no estado de w/isconsin, nos Estados unidos.