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 A Rússia é uma ditadura personalista que tem como ma das bases um estado policial e policialesco, mas não está livre de atentados terroristas, tanto que o passado era alvo constante de atentados perpetrados por chechenos muçulmanos, uma das etnias subjugadas pelos russos.

O ditador expansionista Vladimir Putin invadiu a Ucrânia com argumentos estapafúrdios e achou que estava livre de ataques internos depois de cooptar as principais lideranças chechenas, mas não contava com a ira dos muçulmanos radicais do Estado islâmico, tão asquerosos e nojentos quanto qualquer extremista fundamentalista.

O atentado a uma casa de shows em Moscou no ia 22 de março está sendo comemorado por quem execra Putin e o Estado totalitário russo que ameaça os países vizinhos. 

Devem se execrados, mas essa ira não deve ser confundida com apoio ao terrorismo e ao ataque a inocentes, ainda mais quando estão se divertindo.

O ataque covarde á casa de shows deixou 135 mortos durante um evento em que as atrações eram predominantemente  de rock. Foi um atentado não só contra o povo russo e as instituições russas, mas também contra um modo de vida identificado também com o Ocidente, com uma vida de “prazeres e luxúria, ou seja, de pecados”, um discurso imbecil vomitado por imbecis de todas as religiões.

Foi um ataque também à cultura e ao entretenimento, tão combatidos e odiados por fundamentalistas religiosos , principalmente os muçulmanos. Essa gente odeia a liberdade de expressão, de escolha e qualquer tipo de diversão. 

Qualquer coisa que fuja dos estreitos e limitadíssimos horizontes destes dejetos humanos é considerado sacrilégio e pecado, mesmo em uma sociedade fascista e com pensamentos levemente semelhantes como a russa

Esse é o pano de fundo mais amplo, já que o atentado é uma retaliação ao apoio de Vladimir Putin ao ditador sírio Bashar Al-Assad. 

A Síria está m guerra civil desde 2011 e o governo começou a perder terreno em 2014 quando o Estado Islâmico, então apenas uma organização terrorista sunita, conquistou o sul do Iraque e invadiu o norte da Síria.

Desesperado, Assad pediu socorro a Putin, que enviou milhares de soldados para conter os danos. A balança pendeu para o outro lado e o avanço do Estado Islâmico cessou. 

Os russos viraram o jogo e tiveram a ajuda “involuntária” da coalização americana – Estados Unidos Inglaterra, Turquia e grupos curdos – que também combatiam o grupo terrorista, que consideravam mais perigosos do que o inimigo Assad. O Estado Islâmico perdeu força e praticamente sumiu como exército poderoso, voltando a ser apenas um grupo terrorista, ainda que temido.

O atentado foi em um país fascista e belicoso, que é governado por um ditador sanguinário e perigoso mas isso não pode nos cegar para a questão fundamental: civis inocentes morreram em um ataque à cultura, um ataque hediondo ao rock – e o rock russo concentra uma parcela expressiva de adversários de Vladimir Putin.

A Rússia se tornou um pária mundial por ter invadido de forma abjeta e nojenta a Ucrânia e merece todas as sanções, de todos os tipos, que puderem ser aplicadas. Daí a celebrar terrorismo contra civis inocentes é algo intolerável e inaceitável – da mesma forma em relação aos ataques indiscriminados que os russos perpetram contra civis ucranianos na guerra que já dura dois anos.