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Elvis Presley nos anos 70 (FOTO/DIVULGAÇÃO)

Elvis Presley era um deus quando surgiu nos anos 50 e mudou o mundo da música e do entretenimento – e praticamente criou o consumo e a cultura para a juventude do século XX com cara de cultura jovem.

Vinte anos depois, para os jovens de então, o “Rei do Rock” não passava de uma figura brega, patética e inchada, presentando toda uma decadência social e cultural que precisa ser varrida e enterrada.

Parece que entendeu o recado e saiu de cena aos 42 anos de idade, em 16 de agosto de 1977 – morreu há 45 anos gordo, doente e paranoico, além de extremamente solitário. Elvis não suportou a decadência pessoal, física e artística e sucumbiu à ditadura do “mercado”.

“Elvis” é o filme que está prestes a estrear e pretende retratar astro em sua dimensão artística e também pessoal. O diretor Baz Luhrmann garante que não amenizou nas polêmicas e que procurou mostrar um ídolo mais humano e menos “endeuisado”. Quem já viu a fita diz que o diretor não cumpriu o que prometeu…

Para quem o conheceu nos anos 70, como eu, e o desprezava pelo que tinha se tornado, sua importância para a música era meramente cronológica ou, no máximo, histórica.

Seja como for, Elvis ainda é um mito quase que insondável 45 anos após a sua morte. “Blue Suede Shoes” ou “Love Me Tender”, além de seus filmes ruins que passavam na “Sessão da Tarde”, da TV Globo, soavam tão datados e distantes que pareciam ter sido feitos no século XIX.

Pink Floyd, Led Zeppelin, Queen, Kiss e as bandas punks eram tão modernas que transformaram Elvis em um espantalho antigo de fazenda abandonada. No máximo, era uma figura que merecia uma estátua de cera no museu de Madame Tussaud, e nada mais.

Sorte que a história sempre faz questão de nos dar vários tapas na cara para recolocar a vida nos trilhos. Elvis Presley é a origem de tudo isso que se chama rock e cultura ocidental moderna.

Como seria a nossa vida se essa revolução comportamental não tivesse acontecido? Continuaríamos presos a um jazz insosso com cara de terceira idade? Continuaríamos a ter nossos gostos e preferências ditados pelos pais e avós, quando não por governos autoritários e repressivos?

Não estão errados alguns lunáticos pelo mundo que ergueram altares para celebrar a figura de “São Elvis Presley”, aquele que nos libertou de uma existência medíocre e lançou as bases para o gênero musical que tanto amamos.

Por mais improvável que fosse, foi um caipira do interiorizão americano, louco por música country, o verdadeiro responsável pela popularização do rock e pela mudança mais crucial na cultura ocidental.

Faz 45 anos que ele morreu e devemos celebrar a cada segundo a sua existência e seu legado. Sem Elvis Presley provavelmente não existiria rock ( ou o rock como o conhecemos).