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Area 55 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Area 55 – Esses brasileiros radicados em Los Angeles sabem onde estão pisando e sabem que a concorrência é moral por lá. Não podem se dar ao luxo de resgatar bons tempos e homenagear ídolos. Tiveram de ir para cima dos adversários. “One Ocean” tem diversas virtudes e alguns pequenos pecados. Ao atirar para muitos lados, acertam mais do que erram, mas tem a dificuldade de estabelecer qual é a meta. São 11 canções que vão do hard’n’heavy ao metal alternativo, passando pelo metalcore e esbarrando no extremo. É um tipo de som que é bastante apreciado nos Estados Unidos, como podemos atestar pelo sucesso de bandas como Avenged Sevenfold, Trivium, Disturbed e Five Fingers Death Punch. Para o paladar brasileiro, a mistura pode soar um pouco indigesta, mas nada que uma boa dose de som ao vivo não espante uma eventual indiferença. Diversificado e quase “progressivo” no conceito, “One Ocean” é muito bem produzido e afinado com as tendências mais modernas, como em “Far Away”. “Save Me” tem uma cara mais pop, embora o riff principal seja matador. No quesito porrada, a melhor canção é “Into the Void”, com cara de metal tradicional e guitarras alucinantes e com timbres diferenciados. “One Life, One Soul” é mais intrincada, descambando para experimentalismos e arranjos inusitados.

Hollowmind (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Hollowmind – A banda divulga o seu mais recente trabalho, o EP “Inside An Extended Play”, lançado no finalzinho do ano passado. Está reformulada e deu início a uma série de colaborações com músicos que influenciaram o grupo. A primeira delas é o single de “State of Unfairs”, faixa que ganhou nova roupagem com os solos de Felipe Machado (Viper). Segue na linha do prog metal que sempre caracterizou a banda, só que agora o peso está mais evidente. “State of Unfairs” é melhor música e a mais pesada e direta do EP, e traz uma crítica social forte – fala sobre o caos político que dominou a gestão da pandemia no Brasil. O som está mais pesado, mais moderno, mas poderia perfeitamente estar em um álbum anterior, como o ótimo “The Cardinal Factor”. Também fica patente que Symphony X e Fates Warning segue sendo referências, como na complexa “The Social Meter”, que abre o EP. O baixo pulsante e os vocais elaborados deixam claro nas primeiras notas que o nível é bem outro. “The Divide” investe em um metal tradicional com competência, mas não tem o mesmo impacto do que a canção que abre o EP, ainda que o trabalho de guitarras seja muito bom.

Allen Key (FOTO: DIVULGAÇÃO)

– Allen Key – “The Last Rhino” é o primeiro álbum da banda Allen Key. É um hard rock moderno com nítidas influências de Halestorm e Evanescence, pois evidencia o talento da cantora e pianista Karina Menascé, nome que certamente vai ganhar destaque na cena roqueira nacional. Karina também canta na banda Mercy Shot, mais voltada para o stoner, mas aqui mostra um talento excepcional para as composições. Toca piano e canta divinamente em um desfile de canções pesadas com temas soturnos e reflexivos, embora as mensagens passem um certo otimismo e esperança. É diferente do que se lançou no mercado em 2021 porque a banda não teve medo de ousar e enveredar por uma sonoridade mais identificada com um rock que abusa de afinações mais baixas e timbres mais pesados de guitarras quando isso já era dado como algo fora de mora. Produzido, mixado e masterizado por Wagner Meirinho no estúdio Loudfactory, na capital paulista, The Last Rhino contém oito músicas com peso e melodias versáteis e cativantes, além do vocal potente e de timbre único de Karina. As faixas de “The Last Rhino foram compostas em diversos momentos da Allen Key, algumas desde quando eram apenas Karina e o guitarrista Victor Anselmo da atual formação, além de outras que ganharam novos contornos com a entrada de Pedro Fornari (guitarra) Felipe Bonomo (bateria) e William Moura (baixo).