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Dave Grohl durante show dos Foo Fighters em The Town (FOTO: DIVULGACÃO) 

Foram quase 40 anos para que os organizadores do Rock in Rio percebesse o óbvio: com tantos festivais de todos os tipos com públicos imensos, por que São Paulo nunca teve a sua edição do megafestiva, já realizado em Madri (Espanha), Lisboa (Portugal) e Las Vegas (Estados Unidos)?

O dono a marca nunca explicou a contento, por mais que muita gente apontasse o medo de “canibalização” do filhote original, mas parece que a ficha caiu: The Town (nome ruim, mesmo que seja ara enaltecer São Paulo) foi um sucesso imenso, com ampla exposição de mídia – apoio integral da Rede Globo e todos os seus canais – e lotação máxima alcançada – 100 mil pessoas em cada um dos cinco dias de músicas.

Assim como o irmão mais velho carioca, o evento paulista teve rock de menos e excesso de atrações fracas, mas acertou nos artistas principais. Foo Fighters, Maroon 5 e Bruno Mars fizeram shows ótimos mostraram que a música orgânica está forte e atrai multidões.

Mesmo marginalizado e em menor quantidade do que o desejado, o rock foi parte importante e fundamental ara o sucesso do evento.

Se a diversidade e a multilateralidade foam traços importantes, o tradicionalismo também mostrou que a enxurrada de atrações plastificadas, com arranjos eletrônicos e artificiais, não consegue eclipsar os timbres de instrumentos de verdade.

Teve para todos os gostos, o que foi muito legal, mas é maravilhoso que Foo Fighters, a última das grandes bandas de rock, aquela que ainda movimenta mais 100 mil pessoas em qualquer evento, foi o maior destaque de todos, como era esperado.

Dave Grohl subiu ao palco com vontade e sangue nos olhos, contaminando a todos, da banda ao público. Mesmo com a voz meio desgastada, entregou muito mais do que se esperava.

Bruno Mars, que não faz rock, fez dois shows com a energia roqueira de invejar muitos artistas. Foi outro que cantou com muita competência.

Maroon 5 fez o de sempre, não comprometeu e agradou a uma parcela formada de fãs incondicionais. Conseguiu não decepcionar como em anos anteriores.

Garbage, Wet Leg e Yeah Yeah Yeahs não brilharam em um evento marcado pela pulverização, mas tiveram bons momentos e atraíram um público curioso que não os conhecia. Já é bastante coisa.

E os roqueiros brasileiros foram muito bem, aproveitando a exposição e o excesso de artistas de vertentes outras. Pitty com orquestra foi a melhor, enquanto Detonautas surpreendeu com um show bacana e sem tanto discurso e Barão Vermelho, mesmo sem o peso necessário nas guitarras, cumpriu tabela sem comprometer.

Em uam cidade que concentra alguns dos maiores festivais do continente em todos os sentidos – Lollapalooza, Primavera Sound, Summer Breeze Brasil, Monsters of Rock e outros -, The Town se soma e agiganta ainda mais esse mercado em São Paulo.

Se havia temor de que mais um megaevento não se justificasse por falta de espaço, The Town mostrou o porquê de ter se tornado, em sua primeira edição, o principal festival de música da cidade – e om o rock segurando muito bem as pontas.