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A última fornada de grandes banas de rock nacional, antes do advento do emo, nos anos 2000, reuniu quatro nomes que venderam bastante antes do colapso da indústria fonográfica: Raimundos, Skank, Jota Quest e Los Hermanos, esta a responsável pelo último hit roqueiro nas rádios, “Anna Julia”.

A mais pesada e contestadora delas, sem dúvida, é Raimundos, que surgiu em Brasília e chamou tanto a atenção n underground que logo assinou contrato com o selo Banguela, dos Titã e do mago da produção Carlos Eduardo Miranda O disco de estreia dos Raimudos está completando 30 anos.

“Raimundos”, o álbum, fez sucesso com sua sonoridade que uniu hardcore e ritmos nordestinos, mas com irreverência e qualidade Abusando da ironia e do sarcasmo, com letras sacanas, o quarteto perpetrou obras impagáveis do rock nacional, como“Puteiro em João Pessoa”, “Nêga Jurema”, “Selim” e “Palhas do Coqueiro”.

Raimundos conseguia recuperar aquela sacanagem que tinha desaparecido com a perda de fôlego do Ultraje à Rigor e com a repetição do repertório inédito do Camisa de Vênus. Exalava jovialidade, frescor e vigor, com Digão encontrando um timbre inesquecível e único em sua guitarra, que exalava peso e melodias em doses bem equilibradas.

Há que diga que é o melhor disco de estreia de uma banda nacional de rock. quem aposta nisso não está longe da verdade, mas o fato é que os Raimundos foram a última grande novidade do gênero. Era diferente, inovador e bastante criativo;

Curiosamente, em um fenômeno semelhante ao do Sepultura, uma separação da formação clássica afetou severamente a continuidade da carreira em alto estilo. 

O vocalista Rodolfo Abramntes se converteu a uma seita evangélica e renegou o passado em 2000. Saiu do grupo e montou uma banda de rock gospel chamada Rodox antes de encarar uma carreira solo. Digão assumiu os vocais do então trio, que voltaria a ser quarteto, mas nunca mais a banda reeditaria os dias de glória dos três primeiros álbuns.