Escolha uma Página

Ratos de Porão entrevista no La Iglesia (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Muitos punks já eram punks antes mesmo de o movimento punk surgir no Brasil. É mais ou menos isso que dizem João Gordo e Clemente Nascimento (Inocentes) nos livros que contam suas trajetórias na música brasileira.

E essa foi a tônica da conversa informal travestida de entrevista de entrevista promovida pela revista Roadie Crew com os integrantes da banda em dezembro passado, quando o quarteto fez cinco shows para comemorar os 40 anos de existência da banda na casa La Iglesia, em Pinheiros, xona oeste de S]ão Paulo, que tem o guitarrista Jão como um dos sócios.

A série de shows teve início em 19 de novembro e seguiu até o dia 18 de dezembro, tocando na íntegra os álbuns “Crucificados pelo Sistema” (1984), “Descanse em Paz” (1986), “Cada Dia Mais Sujo e Agressivo” (1987), “Brasil” (1989) e “Anarkophobia” (1991).

A entrevista foi transformada em um minidocumentário de 50 minutos em que os integrantes contam um pouco da história da banda, enfatizando as dificuldades de se fazer música peada no Brasil nos anos 80 com histórias engraçadas, tudo isso entremeado por depoimentos de músicos importantes do rock nacional, como Andreas Kisser (Sepultura), Calorsd Lopes (Dorsal Atlântica), Marcello Pompeu (Kprzus, entre outros.

 O papo, comandado por Ricardo Batalha, redator-chefe da Roadie Crew, ocorreu antes da apresentação em que João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) apresentaram o álbum “Anarkophobia” na íntegra.


“A estreia da série de entrevistas da revista tinha de ser com os Ratos de Porão, que acompanho há muito tempo. É uma das minhas bandas preferidas e uma das melhores do Brasil”, declarou Ricardo Batalha.

Ainda que a cena punk paulistana seja das mais ricas e variadas da história do subgênero musical, muita gente ainda associa os Ratos como a cara do movimento – que abarca artistas tão díspares e diferentes como Garotos Podres e Cólera, AI-5 e Olho Seco, Lixomania e D.Z.K.
Dependendo do ponto de vista, os Ratos de Porão nem punk era mais já em 1986, quando incorporou elementos do heavy metal e criou o crossover entre os subgêneros ao mesmo tempo em que o S. O.D. nos Estados Unidos.]

Não está errado quem considera os Ratos de Porão como uma das “caras” do punk brasileiro. Se os Garotos Podres ainda se consideram mais podres do que nunca, os Ratos estão mais destruidores do que sempre.